FARC-EP e povo colombiano reiteram

Paz na Colômbia <br>é o melhor prémio

Mi­lhares de co­lom­bi­anos mar­charam em de­fesa da paz dois dias antes de o pre­si­dente do país ter ga­nhado o Nobel da Paz, dis­tinção que as FARC-EP in­ter­pretam como tendo sido atri­buída ao pro­cesso de paz.

«O único prémio a que as­pi­ramos é a paz», afir­maram as FARC-EP

Nas ma­ni­fes­ta­ções ocor­ridas na quarta-feira, 5, em al­gumas das mai­ores ci­dades co­lom­bi­anas, exigiu-se a en­trada em vigor dos acordos as­si­nados a 26 de Se­tembro entre o go­verno co­lom­biano e as Forças Ar­madas Re­vo­lu­ci­o­ná­rias da Colômbia – Exér­cito do Povo (FARC-EP). O texto foi re­fe­ren­dado no dia 2 de Ou­tubro por im­po­sição do Chefe de Es­tado, Juan Ma­nuel Santos, tendo sido chum­bado por uma margem mí­nima de 0,44 por cento dos vo­tantes.

A vi­tória do «Não» por 50,22 por cento contra 49,78 por cento do total dos bo­le­tins de­po­si­tados em urna, deixou o pro­cesso de pa­ci­fi­cação da Colômbia num im­passe. Não obs­tante, o Co­mité Nobel de­cidiu atri­buir, sexta-feira, 8, o Prémio da Paz 2016 ao prin­cipal res­pon­sável pela ocor­rência da con­sulta.

Con­tra­ri­a­mente ao que ocorreu em 1994 quando os dis­tin­guidos foram Yitzhak Rabin e Shimon Peres (Is­rael), e Yasser Arafat (OLP), na sequência dos Acordos de Oslo para a re­so­lução do con­flito is­raelo-pa­les­ti­niano; e em 1973, quando os dis­tin­guidos foram Henry Kis­singer (EUA) e Le Duc Tho (Vi­et­name, que re­cusou), pelo fim da Guerra do Vi­et­name, desta feita o Co­mité Nobel não agra­ciou uma das partes en­vol­vidas nas ne­go­ci­a­ções de paz co­lom­bi­anas. E muito menos o an­fi­trião e prin­cipal fa­ci­li­tador do en­ten­di­mento, Cuba.

Sem mos­trar des­peito, pelo con­trário, as FARC-EP, fe­li­ci­taram Juan Ma­nuel Santos con­si­de­rando que a atri­buição do Nobel da Paz ao pre­si­dente co­lom­biano re­co­nhece a luta e o so­fri­mento do povo pelo fim do con­flito, bem como os acordos as­si­nados nesse sen­tido. A guer­rilha su­bli­nhou, igual­mente, que «o único prémio a que as­pi­ramos é a paz», e que «ga­nhar a paz será a grande vi­tória de todos os co­lom­bi­anos».

Na ca­pital, Bo­gotá, mantém-se uma vi­gília em de­fesa de uma saída para o im­passe re­sul­tante do re­fe­rendo de 2 de Ou­tubro. O agora Nobel da Paz, pre­si­dente Juan Ma­nuel Santos, tem reu­nido e vai pros­se­guir os en­con­tros com al­gumas das fi­guras mais des­ta­cadas da opo­sição ao acordo com as FARC-EP. Na terça-feira, 4, sa­li­entou além do mais que o cessar-fogo ter­mina a 31 de Ou­tubro.

As FARC-EP, por seu lado, rei­te­raram que não vão em­pre­ender qual­quer acção mi­litar e per­gun­taram a Juan Ma­nuel Santos se o fim da trégua sig­ni­fica o re­gresso da guerra.

En­tre­tanto, deu en­trada no Su­premo Tri­bunal da Colômbia uma queixa contra os pro­mo­tores da re­jeição dos acordos de paz, par­ti­cu­lar­mente o Centro De­mo­crá­tico e o ex-pre­si­dente Álvaro Uribe, de­pois de o di­rector de cam­panha do «Não» ter ad­mi­tido que a es­tra­tégia se ba­seou em «ter­gi­versar men­sa­gens» e «im­pedir a ex­pli­cação [do con­teúdo] do acordo».




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